Atendo muitos jovens e sempre reservo um espaço para acolher os pais, que muitas vezes também demandam orientações, um espaço de fala, trazer questões e enigmas sobre os seus filhos.
É sempre uma troca rica e percebo o quanto muitas vezes a análise do próprio adolescente avança quando os pais também são escutados, algumas pontuações os auxiliam em suas angústias para seguir caminhando com os seus filhos.
Muitas vezes há um descompasso entre o que esperam e gostariam para seus filhos e o que efetivamente encontram, especialmente num período tão delicado que é este do adolescer.
Suas incompreensões frente às mudanças dos filhos, o distanciamento feito pelos mesmos, mas muitas vezes necessário, o difícil equilíbrio entre maior liberdade e limites necessários, o luto dos próprios pais com relação àquela criança que não está mais ali... E dois pontos que são fundamentais, mas difíceis de operar: paciência com o momento e escuta daquele sujeito.
É um período em que os pais precisam abrir mão de um certo narcisismo e lugar de saber e se colocar como alguém que não sabe para poder escutar algo daquele outro sujeito.
Só posso dizer que: é uma linda travessia, de ambas as partes ❤️
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