De que furacão estamos falando quando se trata do adolescer?
Achei interessante trazer essa analogia, pois se tem algo que se coloca pro sujeito adolescente é um excesso pulsional, um transbordamento que vai para uma via corporal e que ele tem pouco controle e conhecimento sobre.
De repente, acontece quase uma "invasão", e ele se vê ali, preso, refém às turbulências internas que pouco sabe nomear.
É o corpo biológico que traz a labareda hormonal. São os humores que oscilam num contraste absurdo: da euforia à tristeza, da apatia ao entusiasmo como uma tempestade que desarruma tudo e não tem ordem, não tem temporalidade, não tem arranjo.
É sobre um mal estar, sobre a aparência gritante das contradições que habitam o mesmo ser, sobre o tormento de um furacão.
É um despertar que vem sem aviso prévio.
E o que é possível no trabalho de análise? O auxiliar nesse mar revolto a navegar, a pegar seu remo, a dar nome às suas velas, a ultrapassar as ondas gigantes.
Para que algum contorno, direcionamento, em construção e em seu nome próprio, possa advir o seu novo lugar.
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